quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Prefácio do livro "Fui ao Croata" - Epitácio de Andrade Filho

Poeta potiguar assina prefácio do novo livro do escritor Epitácio Andrade

Epitácio Andrade e Gilberto Cardoso

O lançamento de Fui ao Croatá...-Uma Geolovehistory, novo livro do médico psiquiatra Epitácio de Andrade Filho está previsto para 14 de março de 2016- Dia Nacional da Poesia, às 10 horas, no salão nobre da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, em Natal, capital do estado. O livro tem o prefácio assinado pelo professor, poeta cordelista e mestrando em literatura e Ensino (UFRN) Gilberto Cardoso dos Santos. Uma versão preliminar da obra no formato digital foi lançada em Mossoró e Caicó. Agora o ensaísta autor de A Saga dos Limões- Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante apresenta ao público sua primeira experiência romanesca.

SOBRE O AUTOR E SUA OBRA

Dizem-nos as vozes dos verdadeiros sábios – o povão – que a primeira impressão é a que fica, e isto é o que parece ter acontecido em relação à minha pessoa e o autor desta obra.

A percepção que tive do Dr. Epitácio, desde que o conheci, foi das mais positivas. Tive a oportunidade de entrevistá-lo em nosso programa APOESC em Canto e Verso, onde tratamos de temas relativos ao cangaço e cultura popular em geral. Não apenas de longe e sob as lentes de seus escritos e ditos tive a chance de conhecê-lo. Juntos, percorremos trilhas culturais, estivemos na famosa caverna que serviu de abrigo e defesa a Jesuíno e seu bando, e fizemos apresentações literárias e musicais em lugares de relevância histórica para a cultura potiguar que, infelizmente, ainda não receberam a devida atenção dos poderes constituídos. Em todas as ocasiões em que interagimos, pessoalmente ou à distância, sempre notei nele um anseio por fazer da arte em geral e da escrita veículos de redenção social e psicológica.

Conheci-o na época em que foi veiculada a novela Cordel Encantado, momento áureo para a cultura popular na grande mídia. Interesses comuns nos uniram: o gosto pela literatura popular, e as especulações em torno da figura do lendário cangaceiro Jesuíno Brilhante, o cangaceiro romântico. Logo, porém, percebi que sua preocupação, à semelhança de outras pesquisas que antes empreendera, não se limitava a exaltar e tornar proeminente àquele que brilhou na telinha com evidente exagero, bem ao gosto popular, e que posa como herói em histórias nem sempre bem contadas. A ideologia de esquerda que molda a conduta e pensamentos do autor, desde a juventude, levou-o a se interessar pelo outro lado da história e isto resultou numa minuciosa pesquisa e resgate de uma linhagem de oprimidos, obscurecida pela poeira do tempo. Foi com este espírito, motivado pela sede de justiça e de conscientização das massas, que ele escreveu seu primeiro livro A Saga dos Limões, obra em que busca, com fidelidade jornalística e rigor acadêmico, resgatar os feitos daqueles que não receberam tanta relevância histórica quanto deveriam, os negros Limões, históricos inimigos de Jesuíno Brilhante.

Não satisfeito com o sucesso de sua primeira obra, de cunho histórico-científico, Dr. Epitácio recorre agora, nesta obra, ao gênero romanesco não apenas para presentear-nos com uma boa história, mas principalmente para continuar a propalar seus ideais de resgate das raízes culturais, de valorização daquilo que não recebe a devida atenção da mídia e focar nossa atenção em torno de valores que estão sendo despedaçados pelo progresso irracional.

Os personagens, basicamente, são aqueles mesmos que protagonizaram sua primeira obra. Neste livro, porém, temos uma história inédita, nascida de um causo popular que lhe foi contado por uma legítima representante das classes populares. Tais personagens, agora apresentados sob uma nova ótica e gênero, exibem suas fragilidades e valores através de linguagem bem-humorada, diversa da racionalidade que caracterizou a redação do primeiro livro.

Em Ética a Nicômaco, afirma Aristóteles que toda arte visa a um bem. Não tenho dúvidas que Dr. Epitácio deu início e prosseguimento à escritura desta obra movido por nobres ideais e, por isso, bem como por sua criatividade e inspiração na elaboração deste livro, desejo-lhe todo sucesso possível.

Gilberto Cardoso dos Santos

Professor, poeta, cordelista, cronista, blogueiro, radialista, especialista e mestrando em Literatura e Ensino pela UFRN.

 
                                              Capa do livro

Matéria transcrita do blog Cosmogonia, de Epitácio Andrade

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