segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Aniversário do Movimento Patu 2001: Prevenção da Violência Foi a Temática Dominante de Evento Social


Epitácio Andrade anuncia Dudé Viana e Jarbas Costa

Em tarde-noite festiva do dia 15 de dezembro de 2012, os militantes e simpatizantes do Movimento Patu 2001 comemoraram o seu aniversário de 15 anos, em grande evento sociocultural ocorrido no Bar do músico Cláudio Saraiva, localizado no cruzamento da Rua Aníbal Brandão com a Rua Sucupira, em Nova Parnamirim, na Grande Natal/RN, realizando várias atividades que tematizaram, predominantemente, a prevenção da violência no sertão brasileiro.
A festa cultural foi iniciada pelo fundador do Movimento Patu 2001, o médico psiquiatra e pesquisador social Epitácio de Andrade Filho que anunciou a primeira atração musical: Um duo formado pelo cantor Dudé Viana e pelo percussionista Jarbas Costa apresentando a canção “Louca Consequência” sobre o aquecimento global que se insere na temática da violência ambiental.

Louca Consequência
Porque não parar as motosserras
E as queimadas nas florestas?
Como será o amanhã dos nossos filhos, dos nossos netos
Com a flora e fauna descobertas?

Se a gente não lutar poucas vidas vão sobrar,
Rios vão secar!
Em algumas regiões ocorrerão inundações
Devastando o que se plantar!

A solução será migrar para regiões mais frias
Onde haverá escassez de água e de comida
Para todos os seres vivos
Que lutarão para escapar.

Serão as guerras do futuro
Uma louca consequência do aquecimento global
Oceanos aquecendo, gelo derretendo
Em manchete de jornal.
Dudé Viana contemplando performance de Jarbinhas

Sendo contemplado pelo parceiro Dudé Viana durante a apresentação, por suas ações musicais induzirem à reflexão sobre questões ambientais, o percussionista Jarbinhas Costa foi uma atração a parte, com a variação de instrumentos que usou em sua irretocável performance, destacando-se a cordoalha de tampinhas, feita de material reciclado, inventada pelo próprio músico para produzir efeitos especiais, como os sons da natureza produzidos durante a interpretação de “Louca Consequência”. 
Dudé Viana, Jarbas Costa e Aucides Sales

Para a interpretação de “Cantofa e Jandi”, música cujo tema aborda o massacre de índios do sertão, Dudé Viana convidou o autor do poema Aucides Bezerra de Sales, que também relançou a revista “Jesuíno Brilhante em História de Quadrinhos” no mesmo evento, contribuindo com a performance tocando uma gaita.
Abertura da Feirinha do Movimento Patu 2001

O início do entrosamento entre os participantes e convidados do evento começou na abertura da feirinha de produtos e publicações de interesse do Movimento Patu 2001, onde o pesquisador social Epitácio Andrade estimulou a discussão em torno da prevenção da violência no sertão envolvendo o professor Aucides Sales, o artista circense e remanescente indígena Alberi Silva, o sargento da PM Josivaldo José de Araújo e o escritor Dudé Viana, a partir de uma “linha do tempo” formada por um mural de fotografias ilustrativas das ações do movimento.
Mural fotográfico do Movimento Patu 2001

A feirinha e exposição do Movimento Patu 2001 foi bastante visitada, onde as pessoas despertavam interesse e curiosidade pelos produtos e publicações de interesse do movimento. Patuenses e simpatizantes num clima de confraternização, entretenimento e tranqüilidade ressaltaram a importância da iniciativa de criação de movimento que deixou um legado de relevantes realizações sociais no sertão do Rio Grande do Norte com repercussões noutras regiões.
Visitantes da feirinha do Movimento Patu 2001

O clima de descontração estava presentes entre os patuenses presentes, como se observa na mesa comandada pelo tabelião Airene Paiva e pelo assessor parlamentar Saint Clair Câmara.
Patuenses ilustres em bate papo ‘cabeça’

Os convidados demonstraram muita alegria no evento, ressaltando a importância de dar ênfase a questão de discutir formas de prevenir a violência no sertão, um dos problemas que é determinante de seu atraso social. A presença do coronel da PM Silvano Ferreira foi um marco do êxito do encontro e que aquele bate papo informal sobre a prevenção da violência repercutirá com ações direcionadas para o desenvolvimento cultural do sertão nordestino.
                           
O coronel caicoense Silvano Ferreira permaneceu durante toda à tarde da programação do aniversário do Movimento Patu 2001, dividindo uma mesa com o pesquisador Aucides Sales, com remanescentes indígenas, com o sargento Josivaldo José, com o engenheiro eletricista Orley Gurgel e com o escritor Dudé Viana.
Coronel Silvano Ferreira (ao centro) com amigos

Para ilustrar este momento de paz e realização cultural, o escritor Dudé Viana autografou o seu livro “A Saga Benevides Carneiro” para o coronel da Polícia Militar Silvano Ferreira.
Dudé Viana, Epitácio Andrade e Cel Silvano

Compondo a diversidade visual e cultural que fez parte da realização social, o casal de motociclistas Dorian/Neta anunciou a realização de uma caravana moto-cultural que ocorrerá em Patu, em 2013, que também tematizará a questão da não-violência ativa, a máxima gandiana, pelos sertões nordestinos com a participação do Movimento Patu 2001.
Casal moto show Neta/Dorian

Para marcar a parceria do Movimento Patu 2001 com os motociclistas, o escritor Dudé Viana autografou o seu livro e Epitácio Andrade presenteou Dorian com um exemplar de “A Saga Benevides Carneiro”, um estudo genealógico que apela para a paz nos conflitos familiares do sertão potiguar.
Sob olhares do autor, Epitácio presenteia Dorian com livro de Dudé

Já era noite quando Dudé Viana voltou ao palco do Movimento Patu 2001 para um novo setting acústico e Epitácio Andrade anunciou uma série de homenagens e referências à memória de personalidades importantes para as conquistas e realizações do movimento. Entre as homenagens e referências à memória foram citados: o seu colega psiquiatra Antônio Adriano (falecido em 19 de novembro de 2012); a saudosa escritora Mocinha Saraiva e seus filhos Izabel Forte e João Batista de Moura; e a madrinha do fundador do movimento Zilene Tavares. 
Dudé Viana e Epitácio Andrade

A dupla de escritores Dudé Viana e Epitácio Andrade apresentou a sua mais recente produção cultural conjunta que corresponde ao lançamento póstumo de folhetos de cordéis do saudoso psiquiatra Antônio Adriano de Medeiros, durante o Festival Literário Alternativo da Praia da Pipa/RN, ocorrido no período de 20 a 25 de novembro de 2012. Um dos cordéis, “O Hospital dos Macacos”, trata da violência institucional representada pelo modelo manicomial. A sessão de referência à memória de doutor Adriano contou com presença da pensadora Soraia Araújo, uma das organizadoras da sua obra literária.
Epitácio Andrade com Soraia Araújo
A questão da violência manicomial foi alvo da intervenção do Movimento Patu 2001, quando lançou em 09 de abril de 1997, durante aniversário do seu fundador, realizado no Hospital-maternidade Dr. Aderson Dutra, as sementes da reforma psiquiátrica no médio-oeste potiguar, ação que contou com a parceria da escritora Mocinha Saraiva, autora de “Uma Mudança ao Ceará”, e de sua filha a professora Izabel Saraiva Forte, homenageadas durante a noite da festa comemorativa do aniversário de 15 anos do movimento.
Sementes da saúde mental do médio-oeste potiguar – 09.04.1997

O Movimento Patu 2001 também iniciou o resgate da radiodifusão comunitária na região oeste do estado do Rio Grande do Norte, realizando os encontros sobre saúde mental e comunicação alternativa, e durante o evento alusivo ao seu aniversário o mestre em tecnologias da informação João Batista de Moura, idealizador da primeira rádio comunitária de Patu, em meados da década de oitenta do século passado, fez uma retrospectiva desta salutar experiência de comunicação popular e também estratégica para a prevenção da violência.
Prof. João Batista (a esq.) com Epitácio Andrade e familiares

A festa continuava com o show de Dudé Viana e Jarbas Costa para o deleite dos presentes.
Dudé Viana comanda a festa

Já sob o comando do músico Cláudio Saraiva, o fundador do Movimento Patu 2001 Epitácio Filho fez uma pausa na festa para que todos cantassem os parabéns ao Movimento Patu 2001 e o próprio fizesse uma homenagem a sua madrinha Zilene Tavares.
Zilene, Cláudio e Epitácio Filho e o champanhe servido por Sairone

O final da festa foi dedicado ao sorteio da tela “Desarme-se”, de Ricardo Veriano.

“Desarme-se”, de Ricardo Veriano.

O aniversário do Movimento Patu 2001, fundado em 18 de outubro de 1997, com o objetivo de formular e fazer acontecer alternativas de desenvolvimento sustentável para o sertão nordestino, foi concluído com seu fundador Epitácio Andrade e o anfitrião da tarde-noite Cláudio Saraiva saudando a todos/as e agradecendo as presenças e anunciando para breve um novo encontro sociocultural frutífero e realizador.

Cláudio Saraiva e Epitácio Andrade fechando à noite

Texto: Epitácio de Andrade Filho, médico Psiquiatra e Pesquisador Social. 
Edição: William Felix de Andrade.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Jesuíno Brilhante em Quadrinhos



"Jesuíno Brilhante em Quadrinhos" foi Relançada em Evento do Movimento Patu 2001


Durante o aniversário do Movimento Patu 2001 (1997-2012), ocorrido no Bar do músico patuense Cláudio Saraiva, localizado no cruzamento da Rua Aníbal Brandão com a Rua Sucupira, em Nova Parnamirim, na Grande Natal/RN, no último dia 15 de dezembro aconteceu o relançamento da revista de história em quadrinhos sobre o cangaceiro potiguar Jesuíno Brilhante, com a presença do escritor Aucides Bezerra de Sales que divide a autoria da obra com Emanoel Amaral e Luiz Elson.


                                   Aucides Sales e Epitácio Andrade

O convite para Aucides Sales fazer o relançamento da revista sobre Jesuíno Brilhante partiu do médico psiquiatra e pesquisador social Epitácio Andrade, fundador do Movimento Patu 2001, organização militante de intervenção sócio-política da década de noventa do século passado, que desenvolveu um conjunto de iniciativas desencadeantes de uma nova safra de pesquisas sobre o cangaço pré-lampiônico no oeste do Rio Grande do Norte e fronteira paraibana.

                            Seu Joaquim Oliveira e Dona Carmelita Rocha (1981)

Os trabalhos de campo para a elaboração de "Jesuíno Brilhante em História de Quadrinhos" começaram no início da década de oitenta do século passado, quando os pesquisadores Aucides Sales e Emanoel Amaral foram acolhidos/recepcionados na Fazenda Lajes, na zona rural de Patu, no médio-oeste potiguar, pelo casal formado pelo agropecuarista Joaquim de Oliveira Rocha e pela professora Carmelita Rocha, no ano de 1981, época da primeira edição da revista.

               Aucides Sales com integrantes da diretoria da ACUP DE 1987

Em Patu, terra natal de Jesuíno Brilhante (1844-79) e principal epicentro de suas ações cangaceiras, no ano de 1987 foi viabilizada uma segunda edição da revista com o apoio da prefeitura municipal (Gestão 1983-88) e da Associação Cultural Universitária Patuense (ACUP), que em grandiosa jornada universitária promoveu o seu lançamento. Por ocasião do relançamento da revista no aniversário dos 15 anos do Movimento Patu 2001 e dos 25 anos da grande jornada universitária, o professor Aucides Sales posou para uma fotografia histórica com integrantes da diretoria da ACUP de 1987 (Epitácio Andrade, Giovanni Braga, Tyrone Dantas, Jerônimo Linhares e Canuto Saraiva, representado por seus irmãos Cláudio e Norma e pelo sobrinho Kauê).

Patu no início do século XX

Uma parte do legado deixado pelas pesquisas de campo para a elaboração de "Jesuíno Brilhante em História de Quadrinhos" pode ser sintetizada no resgate da mais antiga fotografia de Patu, capital do cangaço romântico, datada do início do século XX, constituinte do acervo pessoal do escritor e desenhista Emanoel Amaral.

                               Revista na exposição do Movimento Patu 2001

Durante a festa cultural de aniversário do Movimento Patu 2001, a revista "Jesuíno Brilhante em História de Quadrinhos" fez parte de uma exposição de publicações de interesse do movimento, composta por outras obras de Aucides Sales, e pelos livros "Uma Mudança ao Ceará", da escritora patuense Mocinha Saraiva (Em memória), "A Saga Benevides Carneiro" e "Dudé ou Dedé", do escritor caraubense Dudé Viana, e "A Saga dos Limões - Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante", de autoria de Epitácio Andrade, além de uma coletânea de folhetos editados pela Casa do Cordel.

Airene Paiva recebe exemplar de Jesuíno Brilhante em HQ

Sob os olhares atentos do autor Aucides Sales e do músico-anfitrião Cláudio Saraiva, o tabelião de Parnamirim/RN e fomentador cultural Airene José Paiva Amaral recebeu o primeiro exemplar da revista relançada naquela tarde-noite festiva das mãos de Epitácio Andrade, idealizador do Movimento Patu 2001.

Epitácio anuncia a exposição sobre cultura indígena

Ao final do relançamento da revista, o autor Aucides Sales relembrou a parceria com o pesquisador social Epitácio Andrade desde os tempos que era conhecido como "Epitacinho" e fez uma apresentação de um acervo de materiais, objetos e obras ilustrativas da cultura indígena, defendendo a tese de que "a maioria dos personagens envolvidos diretamente com o fenômeno do cangaço tivera descendência e utilizara estratégias indígenas".

                                 Exposição de acervo da cultura indígena


Texto: Epitácio Andrade

domingo, 9 de dezembro de 2012

PATU 2001 - Por Epitácio Andrade

 Movimento Revolucionário Completa 15 Anos (1997-2012)

De natureza sócio-política, de inspiração revolucionária, o Movimento Patu 2001 foi fundado em 18 de outubro de 1997, na cidade de Patu, no sertão do Rio Grande do Norte, por um grupo de ativistas culturais, com o objetivo de fomentar alternativas de desenvolvimento sustentável para a região da caatinga que pudessem repercutir em alguns caminhos da experiência humana no planeta Terra, instigando discussões cosmogônicas e fomentando eventos sobre energia, etnia, comunicação, saúde mental, fenômenos geohistóricos e história das artes.


Uma pesquisa de Dudé Viana


Os preâmbulos do Movimento Patu 2001 estão vinculados à realização da Jornada Universitária de Patu, em 1987, pela Associação Cultural Universitária Patuense (ACUP). Dez anos antes da formulação do movimento, a jornada foi considerado o maior evento sócio-cultural do médio-oeste potiguar, oportunizando inclusive o lançamento do famoso livro "Dudé ou Dedé", baseado numa pesquisa do escritor Dudé Viana sobre o "assalto dos 94 milhões", no início dos anos 80 do século passado, um dos marcos históricos da criminalidade moderna.



                                                         História de Quadrinhos


O fenômeno geohistórico do cangaço pré-lampiônico correspondente ao conflito dos "Brilhantes com os Limões", ocorrido na segunda metade do século XIX, foi alvo das preocupações culturais do Movimento. Antes, porém, nos seus preâmbulos representados pela realização da Jornada Universitária de 1987 foi viabilizada a segunda edição de "Jesuíno Brilhante", em história de quadrinhos, de autoria de Emanoel Amaral e Aucides Sales, que serviu de inspiração para o movimento promover um novo ciclo de investigação histórico-social sobre esta importante passagem da história brasileira, resultando na formulação da dissertação de mestrado: "Lugares de Memória - Jesuíno Brilhante e os Testemunhos do Cangaço no Oeste do Rio Grande do Norte e Fronteira Paraibana" (UFPB 2010), da professora Lúcia Holanda, e no lançamento do livro "A Saga dos Limões - Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno Brilhante", em julho de 2011, do médico psiquiatra Epitácio de Andrade Filho, fundador do Movimento Patu 2001.


Epitácio Andrade e Quilombolas do Jatobá

. Mobilizador dos segmentos sociais e étnicos menos favorecidos da população sertaneja, o Movimento Patu 2001 iniciou o resgate histórico da comunidade quilombola do Jatobá, cuja imissão coletiva da posse ocorreu no último 20 de novembro de 2012, dia da consciência negra, constituindo-se num dos processos mais avançados de regularização fundiária de uma comunidade tradicional do Brasil.


Visita de Dona Chica Brejeira ao Jatobá


Entre as iniciativas desenvolvidas pelo Movimento na comunidade quilombola do Jatobá, localizada na zona rural de Patu, está a construção das articulações com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), com a participação decisiva do engenheiro agrônomo Francisco Rodrigues (Kavei), e a viabilização da visita da cidadã centenária de maior longevidade já registrada no país, Dona Chica Brejeira (1884-2002), em 1999, quando estava com 115 anos.


Bangalô na estrada do Jatobá


O Movimento Patu 2001 mostrou a riqueza cultural da pobre comunidade quilombola do Jatobá ao mundo com poesia. Num velho bangalô da estrada do Jatobá expôs uma faixa-poema: "Sítio arqueológico do Jatobá a 10 km a frente, há 10 mil anos atrás". Nem só o bangalô da estrada do Jatobá foi alvo das intervenções de faixas-poema do Movimento Patu 2001, mas todo o município. Em 14 de março de 1997, dia nacional da poesia, foi realização o I Encontro dos Poetas Patuenses, com as presenças dos poetas Zé Bezerra e Antônio Apolinário, do cordelista Zé de Alzerina e da poetisa Maria Celi Suassuna Leite, que mais tarde comporia o hino da cidade altaneira.



Hino de Patu RN
Letra/Música: Maria Celi Suassuna Leite

Ao pé e sombra da serra altaneira
Em sol brilhante, Patu ressurgiu
Terra querida, por nós tão amada
Com céu estrelas aurora e luar
Com o teu vento soprando a história {bis}
De esplendor tradição secular

ESTRIBILHO

Nós somos teu povo
Ardente história
Valor cultural
Resistência e memória
Do nascer ao morrer {bis}
Tua glória

II

Teus filhos índios eternos guerreiros
A terra deram denominação
Cariris bravos que primeiro viram
Do fértil solo gigante riqueza
Coma origem de tribo habitante
Deram a Patu tuas almas em nobreza {bis}

 ESTRIBILHO

Nós somos teu povo
Ardente história
Valor cultural
Resistência e memória
Do nascer ao morrer {bis}
Tua glória

III

A nossa terra querida Patu
Linguagem indígena montanha sonora
Somos teus filhos e ti cantamos
Teu belo hino de amor e de glória
Nossos valores somados farão
Constante luta progresso e vitória {bis}

ESTRIBILHO

Nós somos teu povo
Ardente história
Valor cultural
Resistência e memória
Do nascer ao morrer {bis}
Tua glória


IV

Terra de ilustres batalhadores
Que na saudade lembrança mergulha
Vultos históricos, que o tempo levou
Neste hino memória cantar
Cada herói que o nome deixou {bis}
No livro terra em letras lembrar

ESTRIBILHO

Nós somos teu povo
Ardente história
Valor cultural
Resistência e memória
Valor cultural
Resistência e memória
Do nascer ao morrer {bis}
Tua glória

V

Linda muralha da natureza
Resplandecente divina criação
Serra do lima com tanta beleza
O santuário que é o nosso brasão
Salve! Patu, salve! Tua nobreza
Canta teu povo, do amor a canção (bis)

ESTRIBILHO

Nós somos teu povo
Ardente história
Valor cultural
Resistência  e memória
Do nascer ao morrer {bis}
Tua glória


                                               Rádio antigo

Percebendo a efervescência cultural com o surgimento de novas construções sociais, o Movimento Patu 2001 decidiu desencadear um processo de democratização da informação no sertão potiguar, em parceria com o 'expert' em tecnologias da comunicação João Batista de Moura, com o professor Aluísio Dutra e com o cantor Galego Vovô, dentre outros, passando a discutir um instrumental teórico-prático de radiodifusão comunitária, por meio da realização anual de encontros que tematizaram comunicação alternativa com saúde mental, a partir do ano de 1999. Foram realizados encontros no hospital de Janduís, no Santuário do Lima em Patu, na secretaria paroquial de Martins e na Prefeitura de Rafael Fernandes, resultando na implantação de experiências de radiodifusão comunitária que persistem até hoje ou foram alvo da perseguição da repressão oficial dos tempos da década perdida. O último encontro realizado contou com a participação dos usuários do programa "Porque hoje é Sábado" da Rádio Rural de Caicó, uma experiência de rádio-teatro com pacientes em atenção psicossocial.

                            Pedra fundamental da Saúde mental do médio-oeste

Com as presenças das professoras Raimunda Cleonice Dantas, Isabel Saraiva Forte e Vanda Godeiro Carlos, do "artífice de ferro" Luiz Saraiva, do artesão-cantareiro José Pernambuco, de profissionais da saúde e estudantes, o médico psiquiatra e pesquisador social Epitácio de Andrade Filho com sua família, no dia 09 de abril de 1997, comemorou seu aniversário no Hospital-maternidade Dr. Aderson Dutra, lançando a pedra fundamental da saúde mental no médio-oeste do Rio Grande do Norte, o embrião do que seria mais tarde o Centro de Atenção Psicossocial (CAPS/Patu)


                                         João de Artur com Epitácio Andrade


Realizando duas edições da mostra de etnopsiquiatria, o Movimento Patu 2001 sempre procurou integrar nas suas intervenções o campo cultural com a saúde mental. No resgate histórico do grupo folclórico "O Boi de João de Artur", inventado em 1976, foi possibilitada a alternativa de diversão e arte para os segmentos mais pobres da população. Ao grupo inicial de três brinquedos alegóricos, foram somados a boneca Gabriela e o boneco Cascudão, trazendo ingredientes culturais à manifestação folclórica, que passou a percorrer o nordeste brasileiro e fazer apresentações com grandes nomes da música nacional, como o cantor Lobão, e com artistas potiguares.


João de Artur com Lobão e músicos potiguares


O Movimento Patu 2001 fez importantes parcerias com expoentes do cenário cultural potiguar como o artista multimídia J. Medeiros, autor da obra "Os 100 Terras", usada como estratégia pedagógica para o desenvolvimento da consciência política de trabalhadores rurais, em articulação com Pola Pinto, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Messias Targino, e com o artista plástico Ricardo Veriano, autor da tela "Desarme-se", obra que tematiza a questão da violência e que o movimento utilizou como recurso didático para a construção da cultura da paz.


                         
"Desarme-se", de Ricardo Veriano.


Neste próximo dia 15 de dezembro, das 10 as 22 horas, no Bar do cantor Cláudio Saraiva, no cruzamento da Rua Aníbal Brandão com a Rua Sucupira, em Nova Parnamirim, grande Natal, capital do Rio Grande do Norte, os militantes e simpatizantes do Movimento Patu 2001 estarão reunidos para comemorar os 15 anos de conquistas e vitórias, com música, diversão, arte e outros alimentos necessários para a plenitude da existência humana.