terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Deífilo Gurgel - um homem de alma pacificadora

 O poeta e folclorista Deífilo Gurgel, que faleceu na manhã desta segunda-feira, 6 de fevereiro, às 11h50, em decorrência de falência múltipla dos órgãos, após 17 dias internado na UTI do hospital PAPI, em Natal, foi velado na tarde de ontem na Capela Central do Cemitério Morada da Paz, em Emaús, onde foi sepultado às 21h sobre aplausos de familiares, amigos e autoridades. O escritor que nasceu em 1926, completaria 85 anos em 22 de outubro.

Foto: Alex Régis
"No ano passado, em entrevista à TRIBUNA DO NORTE,
Deífilo disse que ainda havia muita coisa para se pesquisar no Estado".


Professor universitário, folclorista, poeta e escritor, Deífilo Gurgel deixa um legado de grandes obras sobre os diversos movimentos da cultura popular norte-rio-grandense. Obras como os livros “Cais da Ausência” (1961), “Os Dias e as Noites” (1979), “7 Sonetos do Rio e Outros Poemas”(1983), “Areia Branca, a Terra e a Gente”, e ainda de poesia “Os Bens Aventurados”(2005). Natural da cidade de Areia Branca, o escritor mantinha uma forte ligação com sua cidade mesmo residindo em Natal há décadas.

“O mais velho de nove irmãos, Deífilo Gurgel "deixa um vácuo no cenário cultural", analisa o jornalista Tarcísio Gurgel, 66. "De sua geração, restam duas figuras importantíssimas: Dorian Gray Caldas e Sanderson Negreiros, baluartes que sustentam o elo entre as gerações." O caçula dos Gurgel se emociona ao lembrar da generosidade do irmão: "Seu humor contagiava, tinha um zelo pelas pessoas e pela Cultura que comovia; um mestre que vibrava junto sem passar a mão na cabeça. Lembro que quando ensaiava meus primeiros versos, me deu régua, compasso e um conselho: 'já pensou em escrever contos?' Tinha um senso acurado". – Tribuna do Norte (07/02/2012).

O poeta e folclorista deixa família: Zoraide de Oliveira Gurgel, esposa, e os filhos Káthia, Carlos, Mário Sérgio, Gardênia, Fernando, Cláudia, Alexandre, Marcelo e Ana Márcia. E mais três obras em andamento para ser lançadas.
 Tive a satisfação de conhecer Deífilo Gurgel, pessoalmente, em 1979, quando ele era diretor do Centro de Promoções Culturais da Fundação José Augusto, ano em que este cantor e compositor e vários colegas de profissão também tiveram a oportunidade de apresentar seus shows no “Circo da Cultura”. Mas depois que ele saiu da FJA, o Circo da Cultura acabou... Os anos foram se passando e só na década passada fizemos duas canções em parceria “O Pilão Sertanejo” e “Enchente”, poemas musicados por mim e que me orgulho muito desta parceria. Deífilo Gurgel - um homem de alma pacificadora, que amava a humanidade, e principalmente, as pessoas mais humildes.
Foto: Fábio Cortez/Diário de Natal
                            "Aos 84 anos, pesquisador se prepara para o lançamento de
                                    O Romanceiro Potiguar".  Diário de Natal, Muito
                                     Edição de terça-feira, 24 de janeiro de 2012. 


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