Epitácio Andrade e Gilberto Cardoso
O lançamento de Fui ao Croatá...-Uma Geolovehistory, novo
livro do médico psiquiatra Epitácio de Andrade Filho está previsto para 14 de
março de 2016- Dia Nacional da Poesia, às 10 horas, no salão nobre da
Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, em Natal, capital do estado. O
livro tem o prefácio assinado pelo professor, poeta cordelista e mestrando em
literatura e Ensino (UFRN) Gilberto Cardoso dos Santos. Uma versão preliminar
da obra no formato digital foi lançada em Mossoró e Caicó. Agora o ensaísta
autor de A Saga dos Limões- Negritude no Enfrentamento ao Cangaço de Jesuíno
Brilhante apresenta ao público sua primeira experiência romanesca.
SOBRE O AUTOR E SUA OBRA
Dizem-nos as vozes dos verdadeiros sábios – o povão – que a
primeira impressão é a que fica, e isto é o que parece ter acontecido em
relação à minha pessoa e o autor desta obra.
A percepção que tive do Dr. Epitácio, desde que o conheci,
foi das mais positivas. Tive a oportunidade de entrevistá-lo em nosso programa
APOESC em Canto e Verso, onde tratamos de temas relativos ao cangaço e cultura
popular em geral. Não apenas de longe e sob as lentes de seus escritos e ditos
tive a chance de conhecê-lo. Juntos, percorremos trilhas culturais, estivemos
na famosa caverna que serviu de abrigo e defesa a Jesuíno e seu bando, e
fizemos apresentações literárias e musicais em lugares de relevância histórica
para a cultura potiguar que, infelizmente, ainda não receberam a devida atenção
dos poderes constituídos. Em todas as ocasiões em que interagimos, pessoalmente
ou à distância, sempre notei nele um anseio por fazer da arte em geral e da
escrita veículos de redenção social e psicológica.
Conheci-o na época em que foi veiculada a novela Cordel
Encantado, momento áureo para a cultura popular na grande mídia. Interesses
comuns nos uniram: o gosto pela literatura popular, e as especulações em torno
da figura do lendário cangaceiro Jesuíno Brilhante, o cangaceiro romântico.
Logo, porém, percebi que sua preocupação, à semelhança de outras pesquisas que
antes empreendera, não se limitava a exaltar e tornar proeminente àquele que
brilhou na telinha com evidente exagero, bem ao gosto popular, e que posa como
herói em histórias nem sempre bem contadas. A ideologia de esquerda que molda a
conduta e pensamentos do autor, desde a juventude, levou-o a se interessar pelo
outro lado da história e isto resultou numa minuciosa pesquisa e resgate de uma
linhagem de oprimidos, obscurecida pela poeira do tempo. Foi com este espírito,
motivado pela sede de justiça e de conscientização das massas, que ele escreveu
seu primeiro livro A Saga dos Limões, obra em que busca, com fidelidade
jornalística e rigor acadêmico, resgatar os feitos daqueles que não receberam
tanta relevância histórica quanto deveriam, os negros Limões, históricos
inimigos de Jesuíno Brilhante.
Não satisfeito com o sucesso de sua primeira obra, de cunho
histórico-científico, Dr. Epitácio recorre agora, nesta obra, ao gênero
romanesco não apenas para presentear-nos com uma boa história, mas
principalmente para continuar a propalar seus ideais de resgate das raízes
culturais, de valorização daquilo que não recebe a devida atenção da mídia e
focar nossa atenção em torno de valores que estão sendo despedaçados pelo
progresso irracional.
Os personagens, basicamente, são aqueles mesmos que
protagonizaram sua primeira obra. Neste livro, porém, temos uma história
inédita, nascida de um causo popular que lhe foi contado por uma legítima
representante das classes populares. Tais personagens, agora apresentados sob
uma nova ótica e gênero, exibem suas fragilidades e valores através de
linguagem bem-humorada, diversa da racionalidade que caracterizou a redação do
primeiro livro.
Em Ética a Nicômaco, afirma Aristóteles que toda arte visa a
um bem. Não tenho dúvidas que Dr. Epitácio deu início e prosseguimento à
escritura desta obra movido por nobres ideais e, por isso, bem como por sua
criatividade e inspiração na elaboração deste livro, desejo-lhe todo sucesso
possível.
Gilberto Cardoso dos Santos
Professor, poeta, cordelista, cronista, blogueiro,
radialista, especialista e mestrando em Literatura e Ensino pela UFRN.
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