terça-feira, 27 de junho de 2017

Não - Lugares

Fortaleza do coronel João Dantas de Oliveira


                                                                    Foto: Emanoel Amaral
Casa do coronel João Dantas de Oliveira (1981)

O não-lugar é diametralmente oposto ao lar, à residência, ao espaço personalizado. É representado pelos espaços públicos de rápida circulação, como aeroportos, rodoviárias, estacoes de metrô, e pelos meios de transporte - mas também pelos museus e ruínas. 

Só, mas junto com outros, o habitante do não-lugar mantém com este uma relação contratual representada por símbolos da supermodernidade, seja um ticket de passagem, ou cartões eletrônicos, além de documentos e recursos da digitalização fotográfica (fotografias), símbolos que, enfim, comprovam a identidade.

   
Capa livro

Depois da acusação de cumplicidade no saque a cadeia pública de Pombal no estado da Parahyba, ocorrido no ano de 1874, episódio protagonizado pelo cangaceiro potiguar Jesuíno Brilhante (1844-1879), o coronel João Dantas de Oliveira migrou para o Rio Grande do Norte, onde edificou grandiosa fortaleza no sítio Patu de fora, tornando-se inimigo do outrora aliado Jesuíno Brilhante e manteve vigorosa aliança com a família Limão, cujos membros foram arqui-inimigos de Jesuíno.

Foto: Saci
Ruinas da fortaleza do coronel João Dantas de Oliveira (2010)


Família Limão  
          
Foto: Carlos Tourinho
Limões no filme (1972)

                                                       Foto: Rafael Soares
Sítio Patu de Fora (2017) 

Afeito a magia, de sua fortaleza o coronel liderou a numerosa família limão para uma investida contra um inimigo que supostamente tinha uma proteção mítica que lhe conferia a inviolabilidade do seu corpo, dai a necessidade de se produzir nesta fortaleza "balas envenenadas", a emboscada que ceifou a vida do cangaceiro Jesuíno Brilhante foi comandada pelo cabo Preto Limão.

                                            Foto: Carlos Tourinho
Preto Limão no cinema (1972)

                                            Foto: Canuto Saraiva
Habitante de Não-lugar (sobrado de Belém de Brejo do Cruz/PB) com Epitácio Andrade no detalhe

Segundo Mário Valdemar Saraiva Leão, 98 anos, em depoimento no documentário O Lugar da Morte de Jesuíno Brilhante, este fatídico episódio ocorreu no serrote da tropa na zona rural de São José de Brejo do Cruz/PB, em dezembro 1879, quando "Jesuíno rastreava a tropa sendo alvejado a pontaria". Teria dito na ocasião: valha-me, nossa senhora! Uma bala envenenada atravessou meu coração.

                                                         Foto: João Lima
Mário Saraiva, São José de Brejo do Cruz/PB (2004)

PS - matéria transcrita do blog Cosmogonia, do médico e escritor Epitácio de Andrade Filho

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