SURGE UM NOVO CARRANO Por Epitácio de Andrade Filho
A edição 8.875, de 02 de outubro de 2011, do diário mossoroense Gazeta do Oeste, com chamada de capa, no caderno Cidades, apresenta matéria sobre um caso de censura literária, onde se relata a “prisão” do livro “A Saga Benevides Carneiro”, do Escritor Potiguar Dudé Viana, episódio que, no período pós-ditadura, só havia ocorrido há cerca de 10 anos, com o livro “Canto dos Malditos”, do militante antimanicomial Austregésilo Carrano, que inspirou o filme “Bicho de Sete Cabeças”, dirigido por Laís Bozansky, estrelado por Rodrigo Santoro, Othon Bastos e Cássia Kiss.
Várias postagens nas redes sociais levantaram mais suspeitas sobre a censura a obra do Escritor Caraubense, quando mostraram o suspeito de praticar “fanatismo” ao conteúdo de “A Saga Benevides Carneiro”: o deficiente físico Manuel Marques de Araújo, de 38 anos, que nunca havia sido acusado de nenhuma prática antijurídica na cidade de Jucurutu, no interior do Rio Grande do Norte, onde mora com seus pais Seu Inácio Adelino de Araújo, 80 anos, e Dona Antônia Marques, 78 anos.
Na pacata rua do centro da interiorana Jucurutu, onde mora, Manoel Marques recebeu o Escritor Dudé Viana que lhe foi prestar solidariedade e autografar a segunda edição do livro, uma vez que o livro que lhe pertence, que foi adquirido por compra, encontra-se em “reclusão”.
Paradoxalmente ao arbítrio da “prisão de um livro”, no início da rua onde ocorreu o fatídico episódio, um artista plástico local estampou um painel com o retrato pictórico do médico revolucionário Ernesto Che Guevara, baluarte mundial da liberdade, que no último dia 09 de outubro se passaram 44 anos de sua morte
O preconceito e a arbitrariedade são grandes geradores do sofrimento psíquico. O Escritor Dudé Viana é conhecedor profundo de vivências angustiantes, originadas pelo preconceito e pelo arbítrio. Foi vítima de injusta acusação ao ser confundido com um bandido, e “pagou” severamente por crimes que não cometeu. Talvez por isso, demonstre tanta preocupação com o sofrimento da família Marques de Araújo, que está sendo acusada de admirar “A Saga Benevides Carneiro”.
Neste aspecto Dudé também se assemelha a Carrano. Ambos foram vítimas de preconceito, ambos sofreram com a arbitrariedade, ambos tiveram suas obras apreendidas. Aliás, no período posterior à ditadura militar, foram os dois únicos autores que sofreram esse tipo de repressão. Mas, um pouco do legado destes escritores sofredores está presente em Jucurutu: É o caso do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), dispositivo de saúde mental destinado a atenuar o sofrimento das vítimas de violência. Uma conquista da reforma psiquiátrica, objeto da luta de Carrano, que Dudé passou a assimilá-la e a defendê-la.
Viva Carrano! Viva Dudé! Viva Manuel!
A edição 8.875, de 02 de outubro de 2011, do diário mossoroense Gazeta do Oeste, com chamada de capa, no caderno Cidades, apresenta matéria sobre um caso de censura literária, onde se relata a “prisão” do livro “A Saga Benevides Carneiro”, do Escritor Potiguar Dudé Viana, episódio que, no período pós-ditadura, só havia ocorrido há cerca de 10 anos, com o livro “Canto dos Malditos”, do militante antimanicomial Austregésilo Carrano, que inspirou o filme “Bicho de Sete Cabeças”, dirigido por Laís Bozansky, estrelado por Rodrigo Santoro, Othon Bastos e Cássia Kiss.
Várias postagens nas redes sociais levantaram mais suspeitas sobre a censura a obra do Escritor Caraubense, quando mostraram o suspeito de praticar “fanatismo” ao conteúdo de “A Saga Benevides Carneiro”: o deficiente físico Manuel Marques de Araújo, de 38 anos, que nunca havia sido acusado de nenhuma prática antijurídica na cidade de Jucurutu, no interior do Rio Grande do Norte, onde mora com seus pais Seu Inácio Adelino de Araújo, 80 anos, e Dona Antônia Marques, 78 anos.
Na pacata rua do centro da interiorana Jucurutu, onde mora, Manoel Marques recebeu o Escritor Dudé Viana que lhe foi prestar solidariedade e autografar a segunda edição do livro, uma vez que o livro que lhe pertence, que foi adquirido por compra, encontra-se em “reclusão”.
Paradoxalmente ao arbítrio da “prisão de um livro”, no início da rua onde ocorreu o fatídico episódio, um artista plástico local estampou um painel com o retrato pictórico do médico revolucionário Ernesto Che Guevara, baluarte mundial da liberdade, que no último dia 09 de outubro se passaram 44 anos de sua morte
O preconceito e a arbitrariedade são grandes geradores do sofrimento psíquico. O Escritor Dudé Viana é conhecedor profundo de vivências angustiantes, originadas pelo preconceito e pelo arbítrio. Foi vítima de injusta acusação ao ser confundido com um bandido, e “pagou” severamente por crimes que não cometeu. Talvez por isso, demonstre tanta preocupação com o sofrimento da família Marques de Araújo, que está sendo acusada de admirar “A Saga Benevides Carneiro”.
Neste aspecto Dudé também se assemelha a Carrano. Ambos foram vítimas de preconceito, ambos sofreram com a arbitrariedade, ambos tiveram suas obras apreendidas. Aliás, no período posterior à ditadura militar, foram os dois únicos autores que sofreram esse tipo de repressão. Mas, um pouco do legado destes escritores sofredores está presente em Jucurutu: É o caso do Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), dispositivo de saúde mental destinado a atenuar o sofrimento das vítimas de violência. Uma conquista da reforma psiquiátrica, objeto da luta de Carrano, que Dudé passou a assimilá-la e a defendê-la.
Viva Carrano! Viva Dudé! Viva Manuel!
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