O programa cultural "É Só Prá Dar Um Toque" desta última sexta-feira, 05 de agosto de 2016, na Rua Princesa
Isabel, centro de Natal-RN, reuniu vários artistas para a homenagem ao cantor e compositor Belchior. Com o articulador cultural e coordenador do programa João Eudes - "O cangaceiro Joãozinho de Ogum", seu assistente Marcelo Santos, a coordenadora do MNPR-RN, ativista social, musicista e
produtora cultural Luanda Luz, Nando Poeta, Mário Gonçalves, Raimundo Borges Miranda, Dudé
Viana e Lucena, entre outros.
Foto: www.50emais.com.br
Belchior
"Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes foi uma
espécie de guru nordestino da década de 70. Belchior chegou trazendo canções
que falavam de paz, e ao mesmo tempo em que conclamava as pessoas para suas
lutas sociais, dedilhava de uma maneira original e intimista em seu violão a
sensualidade dos amores e casos vividos.
O uso da música como instrumento de transformação através do
debate, da reflexão e da mudança era um fato comum na década de 70, época em
que o cantor se revelou. Nascido em 1946 em Sobral, Ceará, o menino Belchior
sofreu influências diretas dos reis do rádio. Ângela Maria, Cauby Peixoto e
Nora Ney, que serviram como inspiração para o jovem que já tinha em casa uma
vivência musical: o pai, Otávio Belchior tocava flauta e saxofone e a mãe
Dolores Gomes Fontenelle, cantava no coro da igreja.
Foi ela quem lhe deu os primeiros rudimentos da arte musical
em uma atmosfera em que o compositor desfrutava também de outro elemento que
serviu em sua formação: a poesia. Os tios eram poetas boêmios, e em sua casa se
convivia com versos de velhos poetas da literatura brasileira. Nesse contesto, o artista conseguiu uma vaga
para o colégio Sobralense, onde estudou música, línguas e se apaixonou por
filosofia e pelo canto gregoriano. Aos 16 anos foi para Fortaleza a fim de
estudar, e completou o seu curso de Filosofia e Humanidades, enquanto
prepara-se para outro curso: de Medicina.
Já no quarto ano de faculdade, Belchior viajou para o Rio e
tomou a grande decisão: abandonar o curso de Medicina no quarto ano e viver
apenas de música. Isso em 1971, ano de ditadura militar, de embate ideológico e
do “milagre econômico” no País. No Rio de Janeiro, ele se aproximou de Sérgio
Ricardo que escolheu a sua composição Mucuripe - em parceria com Fagner - para fazer parte do
Disco de Bolso do Pasquim. A gravação, na voz de Fagner, despertaria a atenção
de muitos artistas famosos da época.
Através de Manoel Carlos, Cidinha Campos e Lúcio Alves, se
inscreveu no 4º Festival Universitário de 1971 e conquistou o primeiro lugar
com a música Na Hora do Almoço, interpretada por Jorge Teles e Jorge Neri. No
ano seguinte, Elis Regina interpretava com êxito Mucuripe, abrindo-lhe uma
porta importante para o reconhecimento nacional.
Nesta época, a carreira do artista se intensificou com
trilhas para filmes de curta metragens, shows em praças públicas e pequenas
aparições na televisão. A partir do lançamento do LP Belchior a Palo Seco, pela
gravadora Chantecler, as suas composições passam a ser gravadas por outros intérpretes
e finalmente a consagração chega com o sucesso de Apenas Um Rapaz Latino
Americano, Como Nossos Pais e Velha Roupa Colorida." - (Revista Trajetória Extra Nº 02 - M P B De Influência Nordestina).
Lucena, Luanda Luz, Mário Gonçalves, João Eudes, Dudé Viana e Nando Poeta
Raimundo Borges Miranda, Lucena, Luanda Luz, Mário Gonçalves e João Eudes.
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